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  • Foto do escritorHelena M Ramos

FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEL (FER)



As fontes de energia renovável são recursos naturais, capazes de se regenerarem num curto espaço de tempo e de um modo sustentável. A água (hídrica), o vento (eólica), o sol (fotovoltaica e térmica), o calor da Terra (geotérmica), a biomassa, o movimento das marés e das ondas são exemplos de fontes renováveis de energia.


Estas fontes evitam que se importe combustíveis fósseis, como o carvão e o gás natural, para gerar eletricidade, evitando a emissão de gases com efeito de estufa e permitem reduzir o preço da energia elétrica no mercado de eletricidade, contribuindo para uma maior sustentabilidade económica e ambiental do país.

Os parques eólicos destinam-se à produção autónoma de energia através da transformação da energia cinética do vento, em energia mecânica, e por sua vez, em energia elétrica, com recurso a aerogeradores. São constituídos aerogeradores com capacidades de potência instalada que variam, mas aqui neste artigo, podem-se considerar da ordem de 3,2 MW de potência unitária, o que para uma potência instalada (de e.g., 8 aerogeradores) de cerca de 26 MW estima-se que a energia produtível em ano médio estará na ordem dos 67 GWh/ano, o que é muito significativo. Daí a abertura e implementação que uma energia renovável como esta passou a ter nos últimos anos.





De acordo com dados divulgados recentemente pela REN – Redes Energéticas Nacionais, 59% da energia elétrica consumida, em 2020, resultou de produção renovável, com destaque para a energia hidroelétrica e energia eólica, ambas com cerca de 25%. Segundo a REN, no final de 2020 o índice de produtibilidade hidroelétrica situou-se em 0,97 e para a eólica em 0,94 (médias históricas iguais a 1).

A REN informa ainda que, o consumo de eletricidade atingiu em 2020 o valor mais baixo desde 2005, com 48.800 GWh, uma queda de 3,1% face a 2019.


No entanto, no final do ano, considerando apenas o mês de dezembro, o consumo de energia aumentou consideravelmente, com uma variação homóloga de 1,4%, numa variação “influenciada pelas temperaturas mais baixas que se fizeram sentir no final de 2020. No último mês do ano de 2020, a produção renovável abasteceu 72% do consumo, enquanto a não renovável foi responsável pelo abastecimento de 26% e o saldo de trocas com o estrangeiro preencheu os restantes 2%. Durante o período de Natal (especificamente entre os dias 24 e 28 de Dezembro), Portugal conseguiu estar 111 horas seguidas com produção energética sem a contribuição de qualquer produção térmica clássica, tratando-se de um novo recorde, que foi possível, graças à redução de consumos no período do Natal, associada a elevadas disponibilidades eólicas e hídricas. É de salientar que o anterior período máximo sem térmica convencional tinha ocorrido em Abril de 2018, totalizando 88 horas. Em 2020, a contribuição do carvão para o abastecimento do consumo de eletricidade foi de 4%, quando habitualmente ultrapassava os 20%.


Por outro lado, na base das energias renováveis, o projeto da Central Fotovoltaica de Lupina prevê a implementação de uma potência na ordem dos 220 MVA, com a qual se estima produzir cerca de 423,8 GWh/ano, evitando a emissão de 412 416 toneladas de CO2, contribuindo assim para a prossecução dos objetivos assumidos pelo Estado Português, nomeadamente, no que respeita à diminuição da emissão dos Gases com Efeito de Estufa (GEE) e Neutralidade Carbónica. Enquadra-se ainda nas políticas ambientais e energéticas preconizadas não só em Portugal, mas também a nível mundial, de forma a viabilizar o cumprimento dos compromissos assumidos internacionalmente.


O projeto com uma potência de pico de 264,47 MWp, a título complementar, será composto por: 520 940 módulos fotovoltaicos, com 500 Wp de potência;18 605 strings de 28 módulos fotovoltaicos cada;65 inversores; 65 Postos de Transformação; Rede de cabos subterrâneos; Linhas aéreas de 30 kV; Subestação Elevadora. Salienta-se que, para mal da Europa, 73% da produção global de módulos fotovoltaicos é efetuada na China. Do remanescente, 16% é efetuada em outros países da região Ásia-Pacífico. Apenas 3% dos módulos fotovoltaicos mundiais são atualmente produzidos na Europa, sendo instalações com disponibilidade muito limitada e basicamente dedicada ao mercado local de micro geração distribuída, para autoconsumo. Há que reverter essa tendência de nada produzir, ficando dependente totalmente do mercado externo. Face às condições associadas à pandemia, devido ao vírus Covid-19, verificou-se um aumento do desemprego no concelho de Viseu, à semelhança de tantos outros concelhos. A tendência crescente de desempregados, verificou-se de março até setembro de 2020. As soluções renováveis como as exemplificadas, consideram-se ser de extrema relevância para dinamizar a economia local e do país, no sentido de reverter os valores do desemprego atualmente verificados em vários setores. Há capacidade mas falta investimento!


Em 2030 estima-se que as fontes de energia renovável serão responsáveis por 28000 MW de capacidade instalada, estimando-se que a energia fotovoltaica terá a maior contribuição 9600 MW, seguida da eólica, 9200MW, e da Hídrica como meio de integração de 8700 MW das outras duas. Sendo assim, a capacidade instalada em 2030 terá uma distribuição tripartida entre solar, eólica e hídrica.



A energia hídrica vai desempenhar um papel fundamental no sistema elétrico português, porque vai servir como facilitador para atenuar a variabilidade eólica e solar através do armazenamento de energia potencial. Estes dados revelam a robustez do Sistema Eléctrico Nacional, uma vez que, quando é necessário ajustar-se a diferentes fontes de produção, estas ficam disponíveis, em condições competitivas de mercado, garantindo a segurança e a fiabilidade do abastecimento, o que constitui um objetivo comum nos países da EU.



Nesta conformidade, urge a criação e produção de novos produtos, novas soluções, novas obras de engenharia, que promovam o investimento e permitam a integração dessas energias renováveis, que, com o auxílio crucial da hídrica, podem satisfazer grande parte do consumo e reverter a crise económica instalada.



Helena M Ramos


Professora no IST Técnico Lisboa

Departamento de Engenharia Civil, Arquitectura e Georrecursos (DECivil), CERIS, Instituto Superior Técnico, Universidade de Lisboa;


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