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  • Foto do escritorJoaquim Nogueira de Almeida

CIDADE MAIS “SMART” NA ENERGIA - SMARTCITY

Atualizado: 6 de dez. de 2020



TUDO É ENERGIA? A ENERGIA É FUNDAMENTAL PARA O NOSSO BEM ESTAR E A NOSSA CONTÍNUA EVOLUÇÃO, POR ISSO AS CIDADES TÊM DE SER MUITO ESPERTAS NA GESTÃO DA ENERGIA

As cidades são cada vez mais os motores do desenvolvimento económico no plano da competição global. O crescimento das cidades é um facto que não se pode ignorar e que sugerem que cada vez haverá mais megacidades

Estas cidades entusiasmam-se com a possibilidade do que poderiam ser, onde o poder da inteligência e do músculo são reunidos numa mistura fantástica para impulsionar as bases para o empreendedorismo e do engenho humano. No entanto, apesar do seu poder, há algo mais que uma cidade precisa para acender a chama do crescimento económico.

Debaixo dos seus passeios e estradas a cidade está repleta de infra-estrutura que convertem matérias-primas em produtos e serviços. Energia, água, sistemas de transporte e comunicações são os motores que impulsionam o fluxo e refluxo do comércio, dos serviços e da indústria. As cidades movem-se e transformam-se impulsionando a economia em cada dia.

Vale a pena recuar para observar como é que elas surgiram e o que as trouxe à vida. Vale a pena considerar como é que esta fórmula foi magicamente repetida com uma firmeza incomum nos vários países do mundo e ao longo de séculos.


É improvável que todos os fundadores de cidades tenham tido a mesma estratégia em “como construir uma metrópole de sucesso”. No entanto, parece ter havido de facto, uma mesma lógica de como transformar uma pequena aldeia em um berço florescente de humanidade. Em algum momento, todas as cidades tiveram um começo. Todas começaram numa área aberta, utilizando um rio ou um porto, para permitir o trânsito de mercadorias e matérias-primas. Combinando essa vantagem com a proximidade de uma região com terras aráveis, forneceram recursos para a agricultura, comércio e indústria e a prosperidade e diversificação ao longo do tempo.

Mas o mundo em que vivemos hoje está constante mutação. Com as mudanças climáticas que provocam mudanças importantes nas regiões e nos recursos, e à medida que os combustíveis fósseis se esgotam, os custos de energia passam a ser factor prioritário a ter em consideração. À medida que os consumidores se tornam mais informados, as empresas são obrigadas a procurar novos caminhos para a satisfação dos consumidores cada vez mais exigentes. Se são as cidades que impulsionam o crescimento económico, não podemos esquecer que as regras do jogo mudaram, assim sendo, que estratégias deverão ser tomadas para que uma cidade continue a progredir e se reposicione na evolução global?


Os criadores urbanos terão que reinventar os modelos de criação e crescimento. Num mundo de recursos naturais em declínio e escalada crescente dos custos de energia, em que os consumidores começam a aumentar a sua consciência ecológica, os pontos chaves para o crescimento e manutenção das cidades terá de ser necessariamente diferente daqui para a frente. As cidades do futuro dependerão do acesso a energia renovável de baixo custos. Com as áreas periféricas já ocupadas urbanisticamente as cidades terão que encontrar novos espaços não urbanos aonde possam fomentar o uso de energias alternativas, sistemas de dessalinização da agua e criação de ambientes confortáveis que a densidade urbana dificulta.


A energia renovável de baixo custo será essencial para as cidades, permitindo que as empresas satisfaçam os seus princípios de sustentabilidade ​​para uma geração de cidadãos cada vez mais conectados e cada vez mais exigentes.

Portugal tem condições climatéricas para poder repensar muito dos seus consumos urbanos, aonde as necessidades de aquecimento e arrefecimento, têm um grande impacto no consumo de energia.

Nas soluções de eficiência energética, recordo que tendo em conta ao clima temperado e com alguma amplitude térmica, há uma solução constantemente esquecida nesta equação de consumo energético, a geotermia de baixa entalpia. As soluções de aquecimento de aguas através de painéis solares térmicos, está igualmente pouco implementada em quantidade e em soluções técnicas de fachadas colectoras. As soluções de reabilitação térmicas dos edifícios existentes com incrementos substanciais de isolamento térmico é uma política habitualmente fora das preocupações dos gestores das cidades, mas que trariam uma redução importante no consumo energético e o aumento de conforto dos seus habitantes.


O programa “Casa Eficiente 2020” foi um tímido principio daquilo que deveria ser um objectivo mais abrangente de melhorar significativamente a qualidade de vida dos cidadãos ao nível térmico e acústico, com a respectiva poupança de energia. Esperemos é que este programa não seja um incentivo à reabilitação cosmética, mas que prove elevar a poupança de energia de aquecimento e arrefecimento nos edifícios.

As novas ferramentas digitais que permitem a utilização de redes wifi gratuitas ou de dados móveis na via publica, permitem também que com múltiplos sensores e avançados sistemas de integração, tornar mais fácil a gestão de todo o potencial energético do solo, da agua e do sol, aliviando claramente o nível de emissões de carbono nas cidades.

No entanto seria necessária uma admirável coragem para mudar as regras existentes do urbanismo nas cidades.



O recente debate para excluir os automóveis nas cidades, nomeadamente com politicas de transportes públicos eficientes, para reduzir emissões de CO2, em algumas cidades alemãs, é sinal que uma mudança começa a ser exigida no design urbano.

Se colocarmos no lado de uma equação os custos de construção de túneis e viadutos para descongestionar o tráfego automóvel, a necessidade de ocupar o solo com parques automóveis, o de manter uma rede urbana de estradas e da sua gestão, a necessidade de construção e manutenção de linhas de Metro para deixar livre a superfície para os automóveis, e do outro lado da equação os custos de a cidade proporcionar transportes públicos em qualidade e quantidade, gratuitos ou de baixo valor, verificamos que há algum fundamento para que as cidades possam fornecer pelo mesmo custo soluções menos consumidoras de energia, menos poluentes em termos de emissões CO2 e ruído.


Os custos desta “revolução urbanística” poderá eventualmente não ser rentável a curto prazo, mas a médio e longo prazo a cidade no seu global ganharia em eficiência e em rentabilidade.

A questão é, pagar agora? Ou pagar mais tarde em dobro ou em triplo?

Joaquim Nogueira de Almeida


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