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  • Foto do escritorJoaquim Nogueira de Almeida

CIDADE MAIS “SMART” NA INFORMAÇÃO - SMARTCITY

Atualizado: 4 de dez. de 2020


QUANDO A INFORMAÇÃO PASSOU A TER O SEU RECONHECIDO VALOR E SER COTADO EM BOLSA COMO MAIS VALIOSO QUE O PETRÓLEO, VERIFICA-SE QUE NÃO É SÓ A OPINIÃO DE GURUS DA ECONOMIA DIGITAL

As cidades inteligentes evocam visões de automóveis autodirigidos, edifícios auto-limpantes e forças policiais que prevêem o crime, mas enquanto que esses elementos estarão presentes em centros urbanos de um futuro não muito distante, a integração, a eficiência e a interconectividade dos cidadãos e das empresas têm algumas dificuldades e este é o conceito mais profundo da verdadeira Cidade Inteligente.

A realidade é que, as cidades e os países não se podem deixar de considerarem que existem já sistemas de software ligados, redes digitais, centros de dados e outros centros de informações que devem ser actualizados, substituídos ou trabalhados no crescimento e constituição das cidades inteligentes.

Apesar do recente GPDR (General Data Protection Regulation) imposto pela União Europeia na protecção de dados, neste novo mundo em que todos estamos conectados, aonde multinacionais, governos e hackers têm acesso à nossa vida como nunca e em que somos monitorizados de forma a poderem “influenciar” os nossos comportamentos, eu diria mesmo a “enganarem-nos” com a informação que nós não possuímos, a cidade mantem uma evolução lenta nas questões dos sistemas de construção, de planeamento e da sua gestão.

Precisamos primeiro de repensar as nossas cidades para os próximos 50-100 anos, antes de termos um comboio de alta velocidade que ligue uns quantos utilizadores entre Madrid e Lisboa, se bem que esta é uma solução mais ecológica que os voos existentes.

Como tal, nas iniciativas de cidades inteligentes com a intervenção de inúmeras autoridades é preciso considerar os quatro elementos seguintes, que acredito serem fundamentais para perceber melhor a visão inteligente da cidade:


1) Focalização nos Cidadãos

Uma comunidade verdadeiramente inteligente tem sempre as necessidades dos cidadãos em mente.

A tecnologia serve como facilitador, mas as cidades inteligentes devem sempre começar com o que os cidadãos realmente precisam para tornar suas vidas mais felizes e mais confortáveis, seja por exemplo a missão de reduzir o tempo de viagem dos passageiros dos transportes públicos e dos utilizadores de veículos privados ou de medir literalmente a felicidade dos residentes e visitantes de forma interactiva.


2) Adoptar métodos expeditos

Os modelos tradicionais de gestão de projectos e aquisições são tipicamente baseados em ciclos, ou seja, eles começam com uma ideia e podem passar por vários meses ou anos de negociações, de planeamento, discussão e design antes que um projecto chegue ao terreno. Proponho uma abordagem mais expedita de mantê-lo pequeno e simples.

As diversas entidades que intervêm na gestão dos fluxos da cidade devem incentivar uma mudança de cultura para uma abordagem mais expedita e interactiva, onde grupos de trabalho podem levar rapidamente a pequenos projectos-piloto, em que não há o mesmo receio intrínseco do fracasso do que muitos dos habituais grandes projectos públicos. Falhar numa diminuta dimensão (e rapidamente, mesmo) é melhor do que não tentar ou estar muitos meses a procurar a solução óptima. O sucesso de pequenas soluções pode ser posteriormente replicado facilmente com sucesso.


3) Ter sede de informação

À medida que os portugueses se tornam cada vez mais confortáveis em compartilhar as informações sobre si mesmos para os prestadores de serviços, que podem por sua vez, usar esses dados para criar melhores experiências dos cidadãos, devemos encorajar um desejo insaciável de dados que possam partilhar o quanto está disponível. Isso não significa identificar dados à medida que eles surgem e ir a correr a extraí-los, na verdade deverá ser ao contrário.

Os organismos públicos devem construir as suas infra-estruturas de forma a ter a flexibilidade e a capacidade de aproveitar, armazenar e analisar a maior quantidade possível de dados, mesmo antes de haver uma necessidade identificada para qualquer necessidade de dados específica. Ou seja, devemos compilar os dados primeiro e descobrir mais tarde como os poderemos utilizar no estudo de novas soluções ou opções.

Neste momento a Google sabe mais das cidades que as próprias cidades, isto não é mau per si, mas mostra que estamos a perder a corrida à informação necessária para gerir a cidade, pelos responsáveis desta gestão.

Os organismos públicos, detentores desta informação, deveriam também adoptar uma abordagem transparente e de código aberto para compartilhar estes dados, o que resultará num trabalho inteligente mais reduzido e mais colaborativo. Manter as descobertas ou projectos limitados a um pequeno grupo só servirá para manter a cultura antiquada e fechada dos quais muitos departamentos públicos não conseguem sair. Uma mentalidade de start-up é essencial para estes organismos aspirarem a evoluir tecnicamente tão rapidamente quanto seus eleitores.


4) Ser mais comercial

Nunca é demais partilhar a procura de uma visão mais inteligente da cidade. A adopção de uma mentalidade mais favorável ao negócio incentivará a inovação e inclusivamente reduzirá os custos, pois os fornecedores podem transferir o benefício das economias de escala adquiridas, ao permitir oferecer essa solução a outros clientes. O fomento e desenvolvimento de “clusters” na gestão da cidade poderá ser uma mais valia no desenvolvimento de negócios intercidades.

Seja qual for o tamanho de uma cidade, vila, região ou distrito, e qualquer que seja o nível de avanço tecnológico, os organismos públicos que adoptam uma abordagem ágil, centrada nos cidadãos, com desejo de dados e de negócios em suas viagens inteligentes pela cidade irão realmente melhorar a vida dos cidadãos no longo prazo.


É preciso agir. É preciso partilhar informação.

Joaquim Nogueira de Almeida


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