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  • Foto do escritorJoaquim Nogueira de Almeida

A OET ABRE O DIÁLOGO PARA UMA FUTURA FUSÃO COM A OE

Atualizado: 4 de dez. de 2020


HÁ UM AVANÇO PARA UNIR OS ENGENHEIROS PORTUGUESES. SERÁ UM PASSO QUE IRÁ PROVOCAR UMA MUDANÇA? NO JOGO "POLITICO" DOS INTERESSES EXISTENTES PODEREMOS ESPERAR MAIS BOM SENSO? OU CONTINUAREMOS A DIVIDIR PARA REINAR?



No seguimento do meu artigo “OS ENGENHEIROS E AS SUAS DUAS ORDENS” (que pode ler aqui) foi com agrado que verificámos que houve um forte interesse pelos leitores em geral e dos Engenheiros em particular bem como da própria OET (Ordem dos Engenheiros Técnicos) que manifestou-se num Comunicado Conselho Directivo Nacional (que pode consultar aqui) em que publicamente afirma:


3. A OET – Ordem dos Engenheiros Técnicos decidiu responder favoravelmente ao apelo feito por um grupo de engenheiros e engenheiros técnicos, publicado na Revista Engenho e Arte de 8 de maio de 2020 (actualizado em 11/07/2020) relativamente à criação de uma Ordem que resultaria da fusão da OE e OET.

Aceitando que a existência de duas Ordens Profissionais pode ser uma razão para o enfraquecimento da engenharia, por força da situação incomum de existência de duas Ordens que, apesar de possuírem designações diferentes, representam a engenharia portuguesa, o que tem permitido que arquitetos, ATAE’s e outros profissionais, pratiquem cada vez mais atos de engenharia que deviam ser exclusivos dos engenheiros técnicos e engenheiros.

Com mais de 70 mil membros seria uma das maiores Ordens Portuguesas.

A OET manifesta abertura para dar início a conversações acerca destes assuntos, que acautelem o interesse das partes, no respeito dos direitos que cada membro das duas Ordens é detentor.

A OET vê com interesse a constituição de um Conselho Superior da Engenharia, onde estes assuntos (e outros) podem ser discutidos, à semelhança do que já existe para os assuntos da FEANI desde 1993.



Além desta menção em Acta do Conselho Directivo Nacional, foi-nos endereçado uma correspondência que transcrevemos na integra.



Na sequencia desta correspondência tivemos uma conversa telefónica com Exmo.Sr. Bastonário dos Engenheiros Técnicos, Augusto Ferreira Guedes, em que apesar de não ter acedido a uma entrevista formal por uma decisão do Conselho Directivo Nacional em não dar entrevistas, prestou alguns esclarecimentos e confirmou a disponibilidade da OET abrir o diálogo à fusão das duas Ordens, afirmando que já anteriormente ter informado dessa disponibilidade, mas que nunca teve da parte da OE a abertura para discutir este assunto.


Informou igualmente que num processo de negociação para uma fusão, a OET espera da parte da OE um tratamento justo e ao mesmo nível, tal como se espera entre pares.

A OET de alguma forma coloca o ónus da criação de uma 2ª Ordem dos Engenheiros (a OET) pela tardia decisão da OE em fazer o reconhecimento dos Engenheiros com licenciaturas de 3 anos, em conformidade do Acordo de Bolonha.

É convicção do actual Bastonário da OET que o país em geral e os Engenheiros em particular estão a perder influência e reconhecimento para a profissão, e que uma fusão, com o poder acrescido da união dos associados das duas Ordens, OET e OE, teria com a correcta estratégia a possibilidade de ampliar o reconhecimento dos Engenheiros, das suas competências e de dignificar a profissão.


Depois deste passo formal por parte da Ordem dos Engenheiros Técnicos, fica agora para a Ordem dos Engenheiros o ónus de abrir a porta ao diálogo.

Recomendo a leitura do artigo referido “OS ENGENHEIROS E AS SUAS DUAS ORDENS” (que pode ler aqui) para rever a história por trás desta questão e a minha incompreensão de como uma classe com tantos interesses comuns e de mentes tão brilhantes não consegue chegar a um entendimento a favor da profissão.

Esperemos pela reação da Ordem dos Engenheiros.


Por fim, decidi fazer uma pequena sondagem no Linkedin e no Facebook sobre o estado de inscrição dos Engenheiros nas duas Ordens.

Desta sondagem que tive uma amostragem total de 788 votantes e verifiqueis que o numero dos Engenheiros inscritos na OE (Ordem dos Engenheiros) variou entre 51% a 59%, na OET (Ordem dos Engenheiros Técnicos) variou entre 18% e 38%, Não Inscritos em nenhuma Ordem 29% e 1% .

Surpreendentemente o valor de Inscritos nas duas Ordens é de 2% em todas as plataformas.

A plataforma de Engenheiros Civis em Portugal, mostra bem que nesta industria há uma percentagem mais elevada de Engenheiros Técnicos de 38% e que quase todos estão inscritos numa das Ordens.

Pela análise dos perfis dos votantes e porque o Linkedin tem um cariz mais profissional, vou dar maior credibilidade aos resultados nesta plataforma digital.


Achei também importante fazer um exercício de quantificação do que resultaria em os Engenheiros terem uma só Ordem.

Das respectivas páginas na internet tirei o numero de associados tendo em conta o numero de inscrições registradas, teríamos um total das duas Ordens de aproximadamente 72.500 Engenheiros Inscritos. Se Extrapolarmos o numero de Não Inscritos teríamos um TOTAL em Portugal de aproximadamente 102.000 Engenheiros.

Este valor merece uma grande reflexão e uma tomada de estratégia bem conseguida por parte das duas Ordens para defender e promoverem a profissão de Engenharia.


Fiz também um exercício de considerar que somente 70% dos Engenheiros estarão no activo (dados que gostaria de ver confirmado pelas duas Ordens) e aí temos um total de aproximadamente 71.500 Engenheiros que são actores de mudança em Portugal.

Dá que pensar!


Quem ganha com a divisão da classe dos Engenheiros?

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Joaquim Nogueira de Almeida



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